Desenvolvimento de recursos humanos
A economia mundial apresenta dois quadros distintos: nos países desenvolvidos, as empresas operam dentro de uma nova mentalidade de se obter o lucro em função da alta produtividade. No Brasil, vivemos uma realidade triste até certo ponto, com um quadro econômico recessivo e inflacionário, onde os diversos setores da sociedade apresentam baixa produtividade. Isso vem levando as empresas, de modo geral, a se voltarem para a necessidade de auto-crescimento, no sentido de obterem forças para combater num mercado altamente competitivo.
Ralph Rangel
1/1/19913 min ler


Desenvolvimento de recursos humanos (1991)
A economia mundial apresenta dois quadros distintos: nos países desenvolvidos, as empresas operam dentro de uma nova mentalidade de se obter o lucro em função da alta produtividade. No Brasil, vivemos uma realidade triste até certo ponto, com um quadro econômico recessivo e inflacionário, onde os diversos setores da sociedade apresentam baixa produtividade. Isso vem levando as empresas, de modo geral, a se voltarem para a necessidade de auto-crescimento, no sentido de obterem forças para combater num mercado altamente competitivo.
Nesse contexto, as empresas são punidas por não disporem de elementos que possam prever e adaptar seus produtos e estoques as tendências do mercado. A busca do crescimento e desenvolvimento empresarial, além de ser embasado num projeto de expansão tecnológica e aplicação da informática como ferramenta produtiva de trabalho, deve ser validado por um projeto de desenvolvimento de recursos humanos, como fator imprescindível para sintonia entre mercado e empresa.
O que é projeto de desenvolvimento de recursos humanos? como pode ser trazido a realidade? Como se aplica?
É um projeto que engloba plano de administração de benefícios, de treinamento e de remuneração de forma produtiva, com a missão de influir nos valores culturais. O projeto de desenvolvimento de recursos humanos deve ser visto como um instrumento básico para aperfeiçoamento individual e da empresa, para a obtenção dos fatores positivos da produção e para melhoria do ambiente. A sua aplicabilidade deve ser conjugada ao desenvolvimento tecnológico da empresa, buscando dessa forma a cumplicidade entre funcionários e crescimento produtivo.
Se a organização pretende promover essa inovação como base para o crescimento ou em resposta a dinâmica ambiental, deve estar sobretudo disposta a alterar valores culturais e seus dogmas institucionais: um dos desafios mais excitantes para os estrategistas das organizações que visam ao lucro.
Ralph Rangel é desenvolvedor de software, professor em cursos de MBA. Foi Superintendente na Secretaria de Educação e Cultura do Estado de Goiás. Foi Secretário Executivo na Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia do Município de Goiânia
Escrevi este artigo originalmente em 1991, quando trabalhava no Banco Brasileiro Comercial – BBC. Naquele momento, o Presidente Collor ainda não havia sofrido impeachment, e o texto seria publicado no ano seguinte, em novembro de 1992, no Boletim Informativo do SEBRAE Goiás – Número 10.
Naquela época, termos como globalização e meritocracia ainda não faziam parte das discussões do dia a dia. O Departamento de Pessoal concentrava toda a gestão relacionada aos colaboradores, a inflação anual no Brasil se aproximava dos 480%, e, no campo da tecnologia, falávamos simplesmente em informática. Não existia internet, muito menos conceitos como banco de dados moderno, business intelligence ou big data.
Mesmo assim, já era possível perceber algo evidente: em qualquer cenário, a saída estava no investimento tecnológico e no desenvolvimento de pessoas.
Hoje, no entanto, acredito sinceramente que esse paradigma está prestes a mudar. Caminhamos para um futuro em que o investimento humano poderá ser substituído quase integralmente pelo investimento tecnológico. Publicarei em breve um novo artigo tratando exclusivamente desse assunto.




