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Ralph Rangel - Mantram AUM ou OM


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☥Ascenção Celestial☥

Aqui estou no Portal do Templo. Sinto saudade, nostalgia...
Sou um pássaro desterrado, vindo das bandas do Sem Fim, perdido em terras estranhas. Preciso voltar à minha terra que deixei há tanto tempo, rumo à Grande Procura.
E é tão longa a viagem de retorno!… É uma viagem estranha pelos espaços interiores, para o Grande Além de dentro.
Mas sei que no final desta viagem, encontro a alva coroa que a vida concede aos anônimos heróis no final do caminho.
Mas sei que no final desta viagem alcançarei a flor sagrada que os ébrios Peregrinos buscam debalde nos desertos desta vida.
Ouço música longínqua. São acordes das estrelas que minha Alma sedenta dedilha na amplidão.
Tenho que ir. Estou nos umbrais do Templo. Agora estou na Primeira Câmara, mas me parece uma sala de passos perdidos.
Mas na minha Alma há prenúncio de sonhos. Ouço música longínqua, música das esferas, falando de Amor profundo. É meu Ser Interior que canta. É a eterna melodia que embala as Almas peregrinas.
Ah, eis a Medalhista! Que suave figura! Um ar de mistério em todo seu redor. Seus olhos são os olhos de quem conhece o Infinito. Ela veio das extensas regiões centrais do Templo, a mando do Mestre. Veio preparar-me para a Grande Viagem. É a mensageira do Mestre a indicar-me ternamente o longo Caminho.
O Templo, com todo o seu esplendor e mistério é meu Grande Além de dentro. Aliás, o Templo é tudo o que existe. Representa o Universo com a Morada Eterna de Deus.
É como disse Hermes Trismegisto, o Grande Mestre, três vezes sábio: “Assim como é em cima é em baixo”.
Sou como o Templo e o Templo é como o Universo.
O avental! a Medalhista, mensageira do Mestre, pede que eu o vista.
Que estranha vestimenta! Traz o eterno símbolo dos Alados, que sempre vieram, sempre foram e sempre vão.
Traz o eterno símbolo dos Místicos, estes sedentos peregrinos, pertinazes andarilhos.
Que incrível vestimenta! Silenciosamente, ela fala de meu secreto desejo de trabalhar e adorar.
Fala de Deus, da Eternidade e da divina destinação do Homem. Fala de onde vim e para onde vou. É o registro indelével de minha história. Cravou-se neste símbolo meu caminho. Sua linguagem é a voz silente das estrelas, ouvida em todas as galáxias, conhecida nas extensas regiões da Alma, por todos os seus anjos e todos os seus demônios.
O gongo soou! É chegada a hora.
A porta do Templo se abre, assim como se abrem as portas de minha Alma:
“Batei e abrir-se-vos-á”, disse meu Mestre.
Ouço o Guardião Exterior do Templo, em sua impoluta e austera figura, dizendo-me de reverência e preparação. Exige-me a qualificação dos eleitos para a Grande Viagem.
Quase temo, quase vacilo. Sou apenas um postulante, um neófito desta vida. Mas, acima de tudo, “O Senhor é meu pastor, nada me faltará; (…) e ainda que eu ande pelo Vale das Sombras da Morte, não temerei mal algum, porque seu cajado e suas hostes me protegem”. E meu Ser Interior conhece todos os caminhos. Já habitou inúmeras moradas neste mundo escuro. Malgrado a memória não diga, já passaram por meus olhos incontáveis milhões de anos. Por isso, hoje tenho o Sinal e conheço a Palavra.
Resoluto, submeto-me à prova e transporei o umbral das trevas exteriores para a meridiana Luz interna. Oh, respeitável Guardião, tua forte e austera figura diz-me que protegerás o Templo dos invasores mundanos, dos mercadores do Santuário, garantindo-me a Viagem. Diz-me que és o eterno guarda de minhas coisas sagradas.
Submeto-me, sim, à tua prova, pois o que me pedes sempre te foi devido em todas as eras. Reflexão… Sim, refletir – este é o meu propósito. Eis a misteriosa chave dos recintos secretos da Alma. Abre-me solenemente a porta. Vou transpor o Umbral, saio das trevas das ilusões sensoriais para a intensa Luz da realidade interior. Esta é a porta que se abre para o Infinito, a humana fronteira entre a Terra e os Céus.
Estou na primeira instância do Grande Além de dentro. Quão imensos estes domínios interiores! Estendem-se de Leste a Oeste e de Norte a Sul, perdendo-se no Infinito.
Aqui vim em busca do Mestre, o Mestre Interior. Sereno e suave Soberano destes confins, a flor Sagrada dos peregrinos.
O Leste… é de onde vem a Luz, a consciência de Deus. Saúdo-o, unindo minha limitada consciência à imensurável Mente Divina.
Aqui é a terra do Mestre e o Mestre é Deus!
Como a corsa suspira pelas correntes das águas, minha Alma suspira por Ti, oh Deus!
Ainda não vejo o Mestre, mas ele virá! “Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece” – esta é a Lei.
Quedo-me em oração, medito e espero, pois são chegados meus tempos derradeiros. Ando em ângulos retos, seguindo os passos da Criação que, no início, Deus geometrizou. Sigo suas leis Cósmicas, retas, imutáveis. Sou, afinal, um dos ritmos Cósmicos, eternos, imutáveis, embora meu pobre ser tenha disto se esquecido. Oh, Deus do meu coração, ainda não vejo Tua Luz do Oriente, mas pacientemente espero.
Meus pensamentos e meu coração estão prontos para trabalhar e adorar. Desejo integrar meu coração com minha mente, para que meu coração possa amar com inteligência e minha mente pensar com Amor.
O gongo soou pela segunda vez! Estou dentro de mim mesmo. Acho-me em preparação aguardando o Mestre. A Luz do Oriente brilhará intensamente no horizonte de minha Alma, quando o Mestre chegar.
Paciência, disciplina, trabalho e adoração – eis o bâlsamo suave para a Grande Procura.
A natureza não dá saltos. Não há atalhos que dêem acesso ao Infinito.
O Mestre virá no Sétimo Portal, quando o gongo soar pela sétima vez, porque o sete é o misterioso número místico.
Ah, o gongo! Mais duas vezes! São quatro batidas até agora. Que clamor medonho! Qual trombetas fatais das horas derradeiras!
É o Quarto Portal, o quarto nível da Consciência, o quarto degrau do Sanctum Sanctorum. É o quarto dia da Criação, é a Consciência de Deus que toma o mundo, é a consciência do Mestre que busca manifestação.
Ah, vejo a amada Columba, o pássaro branco de asas esguias, suspiro de esperança das almas sombrias. É a consciência do Mestre preparando-lhe o Caminho.
Poderosa alquimia se opera em suas mãos. A matéria tornou-se fogo e doce perfume ganha a amplidão. Este é o segundo nascimento – morrer da matéria para nascer do Espírito!
A consciência do Mestre fala-me de sua missão, fala do Reino perfeito quando a sétima trombeta soar. Suave e repousante este odor sublime de rosas da velha Índia.
Meu corpo se harmoniza.
Em todo meu Ser, há repousante melodia. Minha Alma queda-se em oração. Há muito que aguardo o Mestre.
Assim como em fogo arde o incenso de rosas, em poderosa transmutação tem ardido minha Alma no cadinho da Reencarnação, sedenta de Infinito, em busca de Perfeição.
Quando o sétimo gongo soar, quando troar a sétima trombeta da minha Alma, cairei em sonho profundo de Luz, Vida e Amor, num eterno abraço universal!
“Para o Ser nunca houve começo, pois o nada não pode dar origem a alguma coisa. Tudo era trevas antes de surgir a Luz”.
Estas são palavras do amado Capelão, sombra sublime de Deus na Terra, meu Mestre exterior, que conta a história da Criação, a história do Universo e conta, ao mesmo tempo, minha própria história, pois, “assim como é em cima, é embaixo”. Diz-me com a voz silente dos símbolos: “Sua essência, amado Irmão, sempre existiu. No princípio eram as trevas e as trevas encobriam a Luz. Então o Ser se movimentou e sua consciência conduziu a Luz às regiões materiais”.
Contando esta história, a amada Columba conduz a centelha ao Shekinah, centro de seu corpo, templo material, morada de sua Alma, levando-lhe a Luz.
A Luz é sua Alma, trazida das regiões celestes, da perene fonte Divina, para dar Vida ao corpo inerte.
Vejo ainda mais, meu Irmão: assim como foste criado também foi criado o Mundo. Agora, eis o mistério sublime: A consciência de Deus, do Mestre Interior, a amada Columba movimenta a imutável Lei da Manifestação Perfeita. Acendendo-se a primeira chama, a Luz se faz no mundo; acesa a segunda chama, a Vida se manifesta e a terceira chama fala da Glória de todas as coisas, do advento do Amor Profundo. Nesse sublime Mistério, tua Alma tomou corpo, a Rosa em botão prendeu-se ao centro da Cruz e me tornei uma alma vivente, fiz a minha história.
Eis a história do mundo, pois “Assim como é em cima, é embaixo”. Aqui Deus completou Sua obra e eu comecei a minha. Minha única missão neste mundo é levar tão linda Rosa ao pleno desabrochar.
Oh, magna Matre, amada Sófia, paloma divina, Mãe do Redentor, tu és a bem-amada, a estrela solitária de minhas noites, minha aurora em cada dia. És a Mãe de minha vida, és a Mãe de toda a vida, és unicamente Mãe para toda a Vida. Minha própria existência partiu de teus braços, repousa em tuas mãos. Meu sonho sensível de dor e alegria nasceu de teu amor. Tu és Deus manifesto aos deserdados de Espírito, a brisa ululante das noites de estio, o amor palpitante que vaga murmurante de estrela em estrela, a música das esferas, as cantatas dos rios, os abismos oceânicos. Os espaços ermos, vazios, sussurram absortos tua suave melodia, suspiram dolentes tua eterna harmonia.
Oh Mãe Natureza, que és também a Divina Sófia, como fugir do teu pedido, se és a encarnação da própria Sabedoria!
O gongo soou mais três vezes! São seus últimos clamores! Eis o momento derradeiro. A sétima hora soou, o sétimo selo se abriu. Transpus finalmente o Sétimo Portal. O Mestre!
Eu vejo sua imensa Luz no Oriente de minha Alma. Raiou a aurora da vida em todo meu Ser, as sublimes vozes das Hostes celestiais entoam o cântico da Redenção.O Universo está em festa. Um suave murmúrio vaga de galáxia em galáxia, porque minha Alma alcançou a Integração.
Amado Deus de meu coração, eu sou o filho pródigo que há tanto tempo partiu! Eis-me de volta, amado Pai, às Tuas Mansões Celestiais, minha verdadeira morada. Andei qual pássaro desterrado, perdido em fantásticos ermos! A enorme saudade do Infinito foi meu suave alento nos longos dias de aflição, dos ruminantes dias de espera. Eis-me de volta à minha verdadeira morada.
Ah, que Paz Profunda! Eu e meu Pai somos UM! Os Céus se uniram à Terra, as Trevas se fundiram à Luz, o Noivo encontrou sua amada, a Alma gêmea de sua Alma. Este o misterioso Casamento Alquímico – eis a Pedra Filosofal! O Universo está em festa, celebrando as Grandes Bodas. Multidões de anjos cobrem os céus do Mundo, tempestades de flores e flores rolam cálidas da Imensidão. E a minha linda Rosa desabrochou-se inteiramente no centro da sagrada Cruz, no imensurável jardim do Infinito!
Agora é a Paz Profunda dos Alados que completam sua missão. Encerro aqui minha viagem em busca da flor sagrada dos Peregrinos. Sou agora um dos Ritmos Cósmicos atuando consciente na grande Harmonia Universal. Eu e meu Pai somos UM!

☥Paz!☥

★Os degraus da ascenção celestial★

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