Música Erudita

Conheça um pouco sobre a música erudita

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Ralph Rangel
Sobre o Ralph Rangel
Música Erudita


A Música de concerto, chamada popularmente de música clássica ou música erudita, é a principal variedade de música produzida ou enraizada nas tradições da música secular e litúrgica ocidental. Abrange um período amplo que vai aproximadamente do século 7 até o presente e segue cânones preestabelecidos no decorrer da história da música. Apesar do nome que remete a algo do 'passado' ou 'antigo', esta variedade de música é escrita também nos dias de hoje, através de compositores do século 21 que criam obras inéditas, originais e atuais.

Orquestra, concerto, ópera, sinfonia, instrumento...

Uma orquestra é composta por todas as famílias instrumentais acústicas: as cordas(violino, viola, violoncelo e contrabaixo), as madeiras(flauta, oboé, clarineta, fagote, etc.), os metais (trompete, trompa, trombone, tuba) e a percussão(tímpano, gongo, xilofone, etc). Saxofone e violão eventualmente também participam de uma orquestra, além de pianos, órgãos e celestas. Para as orquestras são escritas as sinfonias. Quando se destaca um instrumento da orquestra que será a voz principal, para o qual a melodia foi composta, trata-se de um concerto. Mesmo destacando-se um instrumento ou conjunto de instrumentos nos concertos, a orquestra toda pode estar presente. As orquestras também realizam os acompanhamentos das óperas, que são compostas para a voz humana. A voz pode ser classificada da mesma maneira que os instrumentos, observando-se a extensão de notas alcançada por ela. As vozes mais agudas são chamadas "soprano", as vozes mais graves são os "baixo", que alcançam as notas mais graves.

Nenhum dos instrumentos categorizados como baixo existiam até o Renascimento. Na música medieval os instrumentos dividiam-se em duas categorias: instrumentos de volume mais alto, utilizados ao ar livre ou em igrejas, e os instrumentos mais silenciosos, usados internamente. Diversos dos instrumentos associados hoje em dia com a música popular costumavam ter um papel importante na música clássica arcaica, tais como gaitas de fole, vihuelas, hurdy-gurdies e algumas madeiras. Por outro lado, instrumentos como o violão, que eram associados principalmente à música popular, ganharam destaque na música clássica ao longo dos séculos 19 e 20.

Períodos da música erudita



Medieval e Renascentista: No século 7, surge a monodia (uma única linha melódica) do canto gregoriano – monodia que, sob uma forma profana, também será usada pelos trovadores. Período extenso e marcado pela diversidade. No século 12, com a Escola de Notre Dame (Paris), aparecem formas polifônicas (entrelaçamento de mais de uma melodia, nas quais Pérotin foi mestre. O aperfeiçoamento dos instrumentos, as exigências litúrgicas e o surgimento de um mercado formado pela nobreza feudal e pela burguesia mercantil das cidades determinaram a expansão da polifonia, com importantes contribuições de Machaut, Du Fay e Palestrina.



Compositor Vida País
Pérotin 1160-1225 França
Hildegard von Bingen 1098-1179 Alemanha
Afonso 10º, o Sábio 1221-1284 Espanha
Adam de La Halle 1245-1288 França
Guillaume de Machaut 1300-1377 França
Guillaume Du Fay 1397-1474 França
Thomas Tallis 1505-1585 Inglaterra
Giovanni Pierluigi da Palestrina 1525-1594 Itália
William Byrd 1543-1623 Inglaterra
Giovanni Gabrieli 1553-1612 Itália
Carlos Gesualdo 1560-1613 Itália
John Dowland 1563-1626 Inglaterra
Girolamo Frescobaldi 1583-1643 Itália
Heinrich Schutz 1585-1672 Alemanha


Barroco: Nenhuma escola musical possui analogias tão nítidas com as artes plásticas como o barroco: há o culto do ornamento, do arabesco – notas que enfeitam a melodia. De Monteverdi a Johann Sebastian Bach, a música descobre a profusão dos sons simultâneos como meio de alcançar o belo. Como pano de fundo dos instrumentos que se revezam na narração melódica, surge o baixo contínuo (em geral o cravo). A linguagem tonal se firma como sustentáculo da polifonia. Emergem novos gêneros musicais: oratório, cantata, sonata para teclado.



Compositor Vida País
Claudio Monteverdi 1567-1643 Itália
Henry Purcell 1659-1695 Inglaterra
François Couperin 1668-1733 França
Antonio Vivaldi* 1678-1741 Itália
Georg Philipp Telemann 1681-1767 Alemanha
Domenico Scarlatti 1685-1757 Itália
Jean-Philippe Rameau 1683-1764 França
Johann Sebastian Bach* 1685-1750 Alemanha
Georg Friedrich Haendel 1685-1759 Alemanha
José Joaquim Lobo de Mesquita 1746-1805 Brasil


Clássico: O classicismo surge em meados do século 18. Haydn passa a usar formas mais econômicas de expressão. Carl Philip Emanuel Bach (filho de Johann Sebastian) depura a sinfonia dos maneirismos. Gluck impõe o primado da música orquestral sobre as improvisações vocais da ópera napolitana. Essas inovações serviram de base ao mais genial compositor do período, Mozart. Coube a ele levar a nova linguagem ao extremo. A exemplo de Bach com o barroco, Mozart foi ao mesmo tempo, para o classicismo, o mais representativo e o grande coveiro: para não repeti-lo, era preciso inventar outra coisa. Beethoven foi um dos que entenderam o recado.



Compositor Vida País
Carl Phillip Emanuel Bach 1714-1788 Alemanha
Cristoph Willibald Gluck 1714-1787 Alemanha
Joseph Haydn 1732-1809 Áustria
Domenico Chimarosa 1749-1801 Itália
Wolfgang Amadeus Mozart* 1756-1791 Áustria


Romântico: O romantismo criou uma profusão de novas formas de expressão: o moderno sinfonismo que começa com Beethoven, o lied (canção) que se consolida com Schubert. A música torna-se uma mercadoria. No lugar dos pequenos conjuntos a serviço de igrejas ou aristocratas, surgem as orquestras e as companhias de ópera financiadas com a venda de ingressos ao público. O plano, instrumento doméstico, cresce com Chopin, Schumann e Liszt. No teatro, a música vai do melodrama de Bellini e da comédia de Rossini à grandiloquência de Verdi e à ópera filosófica de Wagner. O estilo romântico permanece até hoje como a principal referência de ideia da música erudita para o público em geral.



Compositor Vida País
Ludwig van Beethoven 1770-1827 Alemanha
Franz Schubert 1797-1828 Áustria
Giacchino Rossini 1792-1868 Itália
Vincenzo Bellini 1801-1835 Italiano
Hector Berlioz 1803-1869 França
Felix Mendelssohn- Bartholdy 1809-1847 Alemanha
Robert Schumann 1810-1856 Alemanha
Frédéric Chopin 1810-1849 Polônia
Franz Liszt 1811-1886 Hungria
Richard Wagner 1813-1883 Alemanha
Giuseppe Verdi 1813-1900 Itália
Anton Bruckner 1824-1896 Itália
Johannes Brahms 1833-1897 Alemanha
Antônio Carlos Gomes 1836-1896 Brasil
Georges Bizet 1838-1875 Bizet
Piotr Llyitch Tchaikowski 1840-1893 Rússia
Antonin Dvorak 1841-1904 Tchecoslováquia
Giacomo Puccini 1858-1924 Itália
Gustav Mahler* 1860-1911 Tchecoslováquia
Manoel de Falla 1876-1946 Espanha


Impressionismo: Não houve um pós-romantismo como há hoje um pós-modernismo. A designação engloba uma reação estética que procurou dar uma eloquência menos subjetivista à música, colocá-la num patamar superior de racionalidade, por meio de achados harmônicos mais ousados e de formas mais despojadas. Em lugar de Bruckner, a orquestra sinfônica fala a linguagem de Claude Debussy e Maurice Ravel. A música perde em pretensão, mas ganha em simplicidade. A estética do Impressionismo na música rejeitou, em grande parte, o rigor e a precisão dos contornos melódicos e o desenvolvimento lógico da linguagem do tonalismo. Em vez disso, procurou criar sonoridades delicadas e sofisticadas, que pudessem retratar os títulos das composições, que evocavam a água, a neblina e as nuvens, a noite e as fontes.



Compositor Vida País
Claude Debussy 1862-1918 França
Maurice Ravel 1875-1937 França
Alberto Nepomuceno 1884-1920 Brasil
Francis Poulenc 1899-1963 França


Moderno: A música moderna tem início entre os anos de 1910 e 1920, com o advento do movimento impressionista. Esse estilo valorizava as inovações, dando foco às percepções sensoriais e abstratas.



Compositor Vida País
Richard Strauss 1864-1949 Alemanha
Arnould Schoenberg 1874-1951 Áustria
Heitor Villa-Lobos 1887-1959 Brasil